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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ensinando com arte! Jackson Pollock

Hoje apresentei um projeto na faculdade que me fez perceber o significado executável de algo teórico. De acordo com a minha pesquisa empírica no que se refere ao ensino das artes plásticas na educação infantil, essa prática apresenta muitas deficiências desde a percepção de seu conceito à produção.
O que pude perceber observando a atuação de docentes em salas de aulas vem de encontro ao que lí no artigo da doutora em educação Susana Rangel "Como vai a arte na educação infantil?" disponível no domínio:

Neste, a autora aponta inúmeros pontos discutíveis sobre as discrepâncias entre teoria e prática no ensino da arte, como a formação do professor em tal componente curricular, mas além dessa verdade, observei o receio e aversão por parte dos docentes em planejar aulas que envolvam os diversos materiais conhecidos para tais atividades (tintas, colas etc). Cheguei a presenciar por inúmeras vezes enquanto fui monitora a preocupação constante dos educadores quanto à possível sujeira ainda não produzida pelos alunos. As professoras passavam a cola colorida onde os alunos deveriam cobrir com os dedinhos e alertava constantemente que quem terminasse deveria levantar o dedo e chamar pela "Tia Mirella" para que ela limpasse o dedo. Esse comportamento têm me intrigado desde então e me feito refletir e pesquisar sobre o ensino desse importante componente curricular, o artigo ajudou a responder muitas de minhas indagações. Achei então um material norteador muito importante, que já conhecia em partes que é o REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL, encontrado no site do MEC http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf

O material produzido é um instrumento norteador para o trabalho na educação infantil, detalhando objetivos, atividades, planejamento, práticas, desenvolvimento entre outros. O ensino das artes está no Volume 3, página 83. Ele deixa bem claro o porque, o como, a maneira e o quando ensinar artes na educação infantil. Traça tal componente relatando ideias e prática correntes, os conteúdos, orientações didáticas, o desenvolvimento da apreciação, reflexão e fazer artístico. Orienta ainda para cada faixa de idade os procedimentos e objetivos específicos desejados para cada uma compreendendo duas divisões: dos 0 aos 3  e dos 4 aos 6anos de idade.
Voltando ao projeto, o desenvolvimento deste era necessário pois estamos realizando estágio supervisionado nesse nível de ensino e a proposta era o desenvolvimento de um projeto aplicável nas escolas e creches, porém o tema era de livre escolha, escolhi o ensino das artes obviamente justificada pela minha curiosidade e interesse pela área. Não consegui aplicar, mas pude observar outra colega de grupo executando a proposta e fiquei maravilhada com a aceitação, excitação, participação e prazer dos pequenos alunos em realizar as atividades. Apresentamos algumas ideias de atividades em uma oficina na aula prática de hoje o entusiasmo também foi grande.
Olhem a foto da minha colega Thainá Galdino ao fazer o que chamamos de pintura cega com bolinha de Gude, toda contente como uma criança mesmo. Essa técnica consiste em mergulhar a bolinha de gude e um pote com tinta e colocar dentro de uma caixa (pode ser de sapato) com folha afixada dentro e balançar a bolinha o resultado é um belo trabalho à La Jackson Pollock. É possível ensinar a apreciação, a reflexão e o fazer artístico aliando a apresentação de grandes ícones das artes e a leitura de suas produções, para cada obra pode-se desenvolver uma técnica diferente.
Vamos esquecer o medo dos pais, da sujeira e nos concentrar em proporcionar às nossas crianças experiências únicas que as artes podem nos transmitir, inovemos! 
 Obra de Jackson Pollock

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