As cantigas de roda estão em nossas lembranças de infância e presentes no dia a dia das crianças nas creches e pré-escolas, porém uma polêmica tem sido discutida nos últimos tempos. Tal discussão está em torno da constatação da violência, preconceito e maldade aparentemente presente nas músicas.
Exemplo:
♫♪O cravo brigou com a rosa, debaixo de uma sacada... ♫♪ violência contra a mulher, nessa música inocente o cravo representa um homem e a rosa uma mulher e a ação uma perpetuação de violência doméstica.
♫♪Atirei o pau no gato, mas o gato, não morreu... ♫♪ violência contra os animais, além de dar uma paulada no pobre bichano a criança ainda se admira do gatinho não ter morrido, a DonaChica ainda se admira do berro do gato sem repreender o menino.
♫♪ Sambalêlê está doente, está coma cabeça quebrada, sambalêlê precisava é de umas boas palmadas... ♫♪ peraí a criança está doente e ainda querem bater nela? Uma ameaça!
♫♪Marcha soldado cabeça de papel, quem não marchar direito vai preso no quartel... ♫♪ Nessa a criança aprende o tom de ameaça.
São muitas e muitas cantigas tradicionais presentes na nossa cultura e há quem abomine essas canções e quem as defenda, a questão é: como chegar à um consenso? Bom, cultura é cultura e acredito que basta um trabalho pedagógico com os pequenos para que isso se resolva, cante e dance as duas versões da música, explique à eles o conceito de cultura e sua importância, mas também debata o comportamento que devemos ter diante das situações presentes nas músicas, fazendo-os refletir sobre as coisas para que, desde cedo ele se torne uma criança crítica e não passiva que tantos exigimos nas escolas. Acredito que há lugar para as duas versões, pois a criança convive com a maldade e péssimos exemplos de conduta de crianças e adultos e em face das duas vertentes ela, induzida pelo adulto tende a analisar as duas situações. Só não vale deixar de cantar e dançar!
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