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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Resenha torta: Escritores da liberdade

   
   Escritores da liberdade conta a história de uma professora de ensino médio sem experiência em alunos com vivências de periferias violentas, alunos em situação de vulnerabilidade social. Apesar de sua motivação pessoal pela profissão, os representantes da escola já estão desacreditados das possibilidades de mudanças. A rivalidade entre os grupos é  cliché dos Estados Unidos: latinos, brancos, negros, asiáticos.   A docente é professora por convicção, e, incialmente enfrenta muitas dificuldades com os alunos que são resistentes, as brigas são constantes e interrompem as aulas múltiplas vezes. A mestre planeja atividades com conteúdos eruditos de livros clássicos como a Odisséia de Homero, por exemplo. Imediatamente rechaçado pelos alunos. Cada  dia da professora é um desafio. Um crime cometido pelos alunos acontece e a orientacao da direcao é não comentar o ocorrido. Em uma atividade planejada, os alunos se dispersaram repassando um desenho caracterizando um aluno negro, Jamal. A professora intercede e começa a falar sobre os genocídios  históricos, os alunos sentem-se tocados e apesar de agressivos, expõem seus pensamentos sobres os preconceitos raciais e sociais que sofrem. Uma aluna deixa evidente o ódio entre essas características. A professora começa a perceber os sentimentos e experiências desses alunos. A professora busca melhores condições de ensino e aprendizagem para os alunos, seus colegas não acreditam na integração dos alunos mais "problemáticos". A professora não desiste e formula um jogo em que os alunos percebem o quanto são semelhantes. Tal dinâmica afeta os adolescentes, essa atividade  pode ser considerada uma prática de Pedagogia Sistêmica, pois valoriza seus sentimentos, seus valores, seus amores.
Distribuiu um diário para os alunos falarem do que quiserem, para surpresa da professora a adesão da atividade foi enorme, os alunos queriam falar de seus sentimentos, contar suas histórias, suas dores, suas violências, os alunos não vêem perspectivas de vidas melhores,  porém esperam por elas.   Pedagogicamente falando, a professora fez tal qual o pensamento de Paulo Freire: conhecer os alunos, entender suas vivências e seu conhecimento de mundo. A estratégia traz conhecimento sobre suas vidas e interesses, sendo significativas pois afetam seus sentimentos, abre uma ligação entre o educador e o aluno, estabelecendo um vínculo e dessa maneira desenvolvendo uma relação professor-aluno mais eficaz.

A professora se dispõe a adquirir recursos de maneira pessoal, mesmo a escola possuindo os recursos que ela necessita (livros), percebemos nesse ponto o quanto nós professores
Diversos limites de nossas vidas para fazer o que idealizamos, prejudicamos nossos orçamentos por algo que não é valorizado e nos adoece, eu não pensava assim... Agora penso. Não vou deixar de comprar algo para o meu trabalho, para o meu fazer pedagógico, porém penso que um pedreiro não compra cimento para fazer seu trabalho na obra, o cozinheiro de um restaurante não compra os tomates com o salário dele. Adoecemos porque queremos suprir as famílias e necessidades que passamos e os alunos passam diariamente. A questão é... Quando deixarão de passar. Mas vamos ficar de braços cruzados? Não é sobre isso que estou falando, mas sim sobre a gestão compartilhada, o que é público é nosso e cuidamos bem do que é nosso, ou pelo, menos deveríamos cuidar, juntos, todos acreditando.   A professora faz sozinha o trabalho de muitos profissionais, o trabalho que outros profissionais deveriam fazer.
Voltando ao filme, os alunos começam a se interessar pelas aulas e conceitos que a professora oferece. Assuntos como os genocídios russos, alemães, chineses, coreanos e africanos são alvo do interesse deles, porém, os alunos começam a conhecer as histórias pelos sobreviventes dessas histórias, que imigraram para os Estados Unidos.
A postura dos alunos começa a modificar lentamente, entretanto, é perceptível.
A professora faz uma festa para celebrar o que eles não irão mais aceitar em suas vidas. A professora Gruwell, que leciona a disciplina de Inglês,  resignificou   a vida daqueles adolescentes.
A professora sacrifica seu tempo a família em prol de seu trabalho, e quando não temos companheiros, familiares compreensivos, quando não somos capazes de perceber e equilibrar nossas atenções para eles, nossa relações são prejudicadas, eu nunca havia pensado nisso, mas hoje eu penso, mesmo assim quero continuar.
De novo voltando ao filme, a Sr. Gruwell oferece o livro: O diário de Anne Frank. A obra narra pás próprias palavras de Anne sua vida de adolescente antes do Holocausto na Alemanha em 1945. A família e amigos foram escondidos em no sótão de  uma fábrica quando a perseguição aos judeus se tornou enorme. Os alunos se empolgam muito com a história, percebem similaridades com suas próprias histórias de vida. A partir desse momento o envolvimento dos jovens é tão grande  que eles decidem que querem conhecer a senhora que ofereceu abrigo aos familiares de
Familiares e amigos de Anne Frank. Eles fazem eventos pra arrecadar dinheiro e trazer a visita dela à escola. Os alunos percebem o quanto aquela senhora é corajosa e ela os convence de que eles os são também, que cada luz minúscula que nos acendemos em nós, tem o poder de iluminar outras luzes pequenas e juntas ilumina grandemente. Basta que vc queira acender a sua, também é preciso não desistir de quem não "parece" querer ligar. Se não podemos desistir das crianças, por que desistimos dos adultos se são eles que vão iluminar as velas das crianças? Será que é tão único pensar assim? Será que é errado? Será que só podemos fazer algo se eu achar que o outro quer ou não ser ajudado?   Só seremos diferente se o outro mostrar que merece? Como vamos fazer a coisa de que mais precisamos que é nos unir se não a baixarmos nossa guarda e julgamentos? Falo isso por mim mesma, também tenho de largar esse pensamento
Esse é uma exercício que temos de ter a coragem de fazer, se avaliar não é fácil. O resto vocês precisam assistir, pois vale muito a pena. Sro. Gruwell podia nao ter experiência mas desenvolveu sensibilidade o suficiente para conseguir, entretanto, tudo que fez pelos alunos, teve bastante resultados, tanto positivos quanto negativos. Somos o produto de nossas escolhas. Qual escolha você quer fazer? Vou parando por aqui. Se assistirem, me contem o que  acharam, se tem idéias diferentes.

Confira o link para assistir o filme dublado.


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