Hoje assisti 2 palestras na faculdade, ambas sobre sustentabilidade. Tema gerador a discussão da semana de Secretariado executivo da Faculdade Jesus Maria José, aliás muito bem organizada.
A primeira foi com o Presidente da Infraero Luis Eduardo Paris. Este iniciou sua explanação fazendo um escorço histórico rápido sobre a história da sustentabilidade, os principais marcos da consciência ambiental. Essa consciência tem início em 1968 com a criação do clube de Roma e vêm ganhando cada vez mais espaço, sendo discutida em todos os setores desde o corporativo até nas escolas. Luis destacou também a sustentabilidade ambiental, ecológica, social, econômica e política, tão grande é minha ignorância que não conhecia esses conceitos mas pelo menos os aprendí.
A Segunda palestra foi com o Cristovam Buarque de Holanda...
"Todas as crianças precisam ter a mesma chance. Elas não podem ser discriminadas só porque nasceram em uma cidade muito pequena ou porque os pais são pobres e vivem em uma área de periferia. Elas devem ter a chance de estudar em escolas que são iguais às melhores escolas do país. Todas as escolas devem ter o mesmo padrão. Todos os professores e professoras devem ser formados(as) em universidades e cursos com a mesma qualidade. Isso é possível. Se você vai em uma agência do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal, em qualquer cidade do Brasil, o padrão de atendimento e de serviço é o mesmo; são instituições que mostram que o Estado brasileiro tem capacidade de gerar organizações que funcionam. Assim deveria ser também com as escolas. Professores e professoras bem remunerados(as), com meios de trabalho e ambiente adequados. Livros, currículo, computadores, tudo para ajudar a ter o mesmo padrão e a formar as crianças oferecendo-lhes a mesma chance. Os(as) professores(as) devem ter seus salários pagos pelo governo federal, seguindo um plano nacional de educação de qualidade e a escola gerenciada pela prefeitura e pela comunidade, aberta à participação dos pais, das mães e de toda a comunidade." Cristovam Buarque, em debate no plenário do Senado Federal, 10/8/2007 e na faculdade Jesus Maria José - FAJESU em 29/09/2010.
Achei incrível a explanação do então senador e candidato para o mesmo cargo, pois uma pessoa de tão alta graduação e entendimento acerca dos problemas sociais falar de maneira muito objetiva e clara, qualquer pessoa pôde entender sua mensagem onde defende a educação como fator de nossa nação, é capaz de mudar totalmente um país em 50 anos como aconteceu com a Finlândia. No Brasil essa mentalidade apesar de estar mudando lentamente, ainda não é o necessário para a mudança rápida que precisamos. Nosso país tem capacidade de ser a maior potência do planeta, mas ignora seus cerébros, ou pior, os impedem de surgir e quando surgem os mandam para fora do Brasil. Saiba mais: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=33738 e em http://noticias.r7.com/blogs/o-provocador/2010/07/13/as-migalhas-e-o-file-da-educacao-brasileira/ estão aí duas opiniões aparentemente opostas para que possam desenhar a sua própria.
"O pré-sal dá mais votos que a pré-escola!" "O futebol dá mais votos que a pré-escola" A dificuldade está na política, e isso é uma cultura popular de valorizar mais coisas "fúteis" que a própria educação. O Brasil está atrás no Ranking mundial de educação, atrás, inclusive de países Africanos. Alguém se importa em ser um dos piores em educação? ah esquece no futebol somos os melhores! essa cultura é foi mantida inclusive pelos governantes na época da ditadura militar. Gente sendo morta, exilada, torturada, amordaçada e a imprensa pregando os "bons feitos" usando slogans como: "Ninguém segura esse país!", e ênfase nas notícias da Copa 1970.
Nessa palestra tive o incrível prazer de fazer uma pergunta ao sociólogo da educação, indaguei qual seria o projeto ideal de educação nacional para o país. A resposta foi:
* A mudança da carreira de magistério, passando a ser funcionário Federal
* Equiparação salarial a nível nacional
* Ensino médio de 4 anos com formação técnica, profissionalizante
* Descentralização da gestão escolar, autonomia
* Inclusão de disciplinas regionais
* Liberdade pedagógica ao docente
* Aumentar os salários mas também aumentar as exigências para o contrato dos professores
Cristóvam fala de uma revolução educacionista, e defende essa revolução fazendo novas escolas por cidades. As 200 melhores escolas do país não são as privadas, e sim, públicas! porém no Brasil existem cerca de 200.000, fazer para transformar 200 em 200.000? sua ideia é construir excelentes escolas em cada cidade por vez. As instituições que existem hoje não estão cumprindo com as exigências do ensino de qualidade que precisamos.
Muito boa sua palestra, ideias e atitudes, merece meu voto.
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